domingo, dezembro 31, 2006

A MÁ PRODUÇÃO DE RENDA

Instituto Liberal - Comentário do dia 14/10/04
A MÁ PRODUÇÃO DE RENDA
__ Cândido Prunes*

O brasileiro, depois de anos de repetição do mantra socialista sobre a "má distribuição de renda" no País, não consegue mais perceber a falácia contida nesse conceito. É difícil abrir um caderno de economia, ou uma revista especializada, sem se deparar com essa expressão dita por uma autoridade, um professor, um político, um jornalista, ou um advogado. Nos telejornais ela é dita como uma verdade inapelável a olhares rútilos.
O brasileiro acabou tendo uma atitude de passividade em relação a como se obtém renda. Até a língua portuguesa dificulta o entendimento correto. Normalmente, perguntamos quanto alguém "ganha" por mês, para saber seu salário. Em inglês, a pergunta é quanto alguém "faz" de dinheiro. A diferença é total. Em português é uma benesse. Em inglês é um esforço.
As pessoas estão sendo convencidas, há décadas, que podem ficar em casa, embaladas numa rede, que o Estado ou as autoridades irão corrigir a "má distribuição de renda". Assim, cada uma terá o seu quinhão aumentado. Não será necessário sair da rede para ter três refeições na mesa de graça. Nem para ter hospitais com remédios e equipamentos de última produção (e médicos formados no estrangeiro) de graça. Nem para ter escolas com professores bem treinados e bem pagos de graça. Nem para ter diversão de graça. Nem para ir até o restaurante, o hospital, o colégio ou estádio de futebol usando transporte público de boa qualidade e de graça.
É claro que o problema brasileiro de baixa renda não é distributivo. O brasileiro gera pouca renda porque tem pouca educação. O brasileiro gera pouca renda porque há pouco capital investido 'per capita'. O brasileiro gera pouca renda porque tem que pagar muitos impostos e quase não sobra nada para poupança e formação de capital. O brasileiro gera pouca renda porque as autoridades que prometem distribuí-la ficam com quase todos os recursos recolhidos da sociedade por meio de impostos.
Somos pobres porque acreditamos na distribuição e não na produção de renda.

 Vice-Presidente do Instituto Liberal

Nenhum comentário: