RODRIGO CONSTANTINO*
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que o crescimento do País não pode depender exclusivamente das "forças de autorregulação do mercado" e ressaltou o momento de "mutação" atual vivido no desenvolvimento do Brasil. Ela entregou o prêmio Almirante Álvaro Alberto de contribuição científica à sua ex-professora e economista Maria da Conceição Tavares, a quem atribuiu grandes contribuições ao desenvolvimento do País. A Presidente disse que Conceição Tavares contribuiu para “o mapa do caminho”.
Resta perguntar: quais contribuições foram essas? Que mapa é este? Conceição Tavares, para quem não se lembra, é aquela senhora com fala agressiva, mas que se derreteu em lágrimas de emoção, em rede nacional, quando o fracassado Plano Cruzado foi aprovado. Ela sempre defendeu o nacional-desenvolvimentismo, esta ideologia fadada ao insucesso. Não consigo me lembrar de uma só contribuição positiva desta senhora para o desenvolvimento do País. Ao contrário: foi contra, assim como o PT, todas as reformas que melhoraram nossa situação.
A fala da “Presidenta” é importante para frisar que seu governo é caracterizado por um forte ranço ideológico. Dilma realmente acredita no nacional-desenvolvimentismo, e suas últimas medidas deixam isso bastante claro. Até aqui, ela encontrou pela frente um cenário externo favorável. Com a deterioração do quadro e o esgotamento do modelo de estímulos estatais, parece que o Governo vai caminhar cada vez mais na direção intervencionista. Voltamos à época de pacotes quase semanais, de acordo com as demandas pontuais que surgem.
Os pilares que sustentaram a credibilidade macroeconômica foram sendo derrubados um a um. A meta de inflação foi afrouxada e o Banco Central se mostrou sem autonomia. O câmbio sofre forte intervenção. Até a meta de superávit fiscal parece ameaçada. A Folha diz hoje que no governo há quem defenda até aumentar os gastos públicos e reduzir o aperto fiscal para estimular o consumo e o investimento. Um país não pode ter uma equipe econômica tão medíocre por tanto tempo e sair impune disso.
A ficha dos gringos pode estar caindo. A revista The Economist desta semana tem uma matéria de destaque sobre o Brasil, com tom negativo, pregando a necessidade de novas reformas. Mas Dilma declarou que seu mapa é mesmo ideológico, e aponta para o lado errado. Ela usa um mapa da Venezuela para trafegar pelo Brasil. Não tem como chegar ao lugar certo...
*DIRETOR DO INSTITUTO LIBERAL
Ref. imagem: Wikipédia
Nenhum comentário:
Postar um comentário